Mudanças entre as edições de "Clube do Fordinho"
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+ | ==== <u>Apaixonados pelo Fordinho</u> ==== | ||
+ | Com trinta anos de existência, o Clube do Fordinho mostra vitalidade e muita paixão pelo modelo fabricado por [http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford Henry Ford].<br> <br>Um médico, dois publicitários, uma professora, uma dona-de-casa, um jornalista e um comerciante. O que eles poderiam ter em comum no início da década de 70? Eram tempos difíceis, os chamado "''anos de chumbo''". Ditadura, falta de liberdade política, torturas, desaparecidos, o então tenebroso AI5 ('''''Ato Institucional nº5''''') havia sido promulgado três anos antes, que entre outras coisas, fechou o Congresso e suspendeu os direitos políticos de quem era contra o regime militar, enfim, o país passava por um dos piores momentos de sua história.<br> <br>Muitos se dedicaram à luta contra os militares. Hoje, sabemos que milhares, de pessoas pagaram com a vida por esta sede de democracia. Mas voltando à questão colocada acima, o que moveu estas sete pessoas, sete profissionais de diferentes áreas a se reunirem? Talvez quisessem liberdade. Talvez. Eles não participaram de nenhuma passeata, não pegaram em armas, não fizeram parte de nenhum grupo subversivo - como eram chamados os que lutavam contra o governo militar -, eles apenas se reuniram para se sentirem livres em torno de uma paixão comum, o Fordinho [http://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Model_A_(1928) "''Modelo A''"]. Foi assim que estas pessoas encontraram uma maneira de sentir um pouco de liberdade.<br> <br>No dia 18 de abril de 1971, o Clube do Fordinho, inteiramente dedicado à preservação do modelo conhecido no Brasil como Fordinho 29, foi fundado. No início, eles se reuniam no bairro de Santana, Zona Norte da capital paulista. De lá pra cá, muita coisa mudou. O país se livrou dos militares e vive em regime democrático desde 1985. O Clube passou por outras três locais e hoje conta com sede própria situada no Ipiranga, ao lado do Museu e por coincidência, no mesmo bairro onde foi construída a primeira fábrica da Ford no Brasil. Mas os ideais cravados por seus sete fundadores continuam vivos.<br> <br>Passados quase 31 anos a paixão pelo "''carrinho''" só aumentou. Hoje são mais de 250 sócios ativos de toda parte do Brasil que compartilham da mesmo sentimento. Segundo Mateus Polizel, presidente da entidade, cerca de 95% destes sócios são proprietários de pelo menos um Fordinho [http://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Model_A_(1928) "''Modelo A''"]. "<u>''Alguns possuem mais do que um, eu mesmo tenho três modelos do Fordinho 29''</u>" confessa Polizel. Ele acredita que exista no Brasil cerca de mais de 1.200 Fordinhos [http://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Model_A_(1928) "''Modelo A''"] em condições perfeitas de uso e outros 1.000 para serem restaurados. Engana-se quem pensa que para ser proprietário de um exemplar do automóvel tenha de ser milionário. "''É possível encontrar um Fordinho em condições de uso por R$ 15.000,00''", conta Nélson Fidélis, comerciante e sócio do Clube desde 1982.<br> <br>O comerciante é proprietário de seis Fordinho 29. Para ele, não existe nada mais simples, lógico e perfeito do que a mecânica do Fordinho. Talvez seja por isso que o modelo é tão adorado por estas pessoas. Todas as noites de quartas-feiras, pelos menos uns 30 sócios se reúnem na sede do Clube para conversar, trocar experiências e principalmente planejar eventos para fazer o que eles mais gostam: exibir suas crias. Pelo menos uma vez ao ano são organizadas viagens com os Fordinhos. Os sócios já chegaram a fazer o trajeto São Paulo - Brasília e São Vicente - Porto Seguro a bordo de seus carros. Além dos passeios anuais, eles se vestem com roupas dos anos 20 e desfilam em seus Fordinhos no "''Folia na Faria''" e o "''Corso''", uma festa que relembra o carnaval dos anos 30 no centro de São Paulo.<br> <br>A entidade, que tem patrocínio da própria Ford, mantém em sua sede uma casa de peças com a colaboração dos sócios. "''Alguns acessórios não são mais encontradas por aqui, apenas nos Estados Unidos. E sempre que um dos sócios vai para lá buscar alguma coisa, pedimos que traga peças sobressalentes''", explica Polizel.<br> <br>Como e por que o Fordinho sobreviveu a todos os seus contemporâneos e à maioria dos carros fabricados vinte ou trinta anos depois, ainda ninguém explicou. Talvez a feliz engenharia do seu projeto despretensioso, talvez a simpatia que inspira a donos e mecânicos. O que se pode afirmar é que o Fordinho, que já era quase imortal, com a existência do Clube do Fordinho terá sua sobrevivência garantida por longos anos. | ||
− | + | | [[Image:Henry ford 1919.jpg|frame|Henry ford 1919]] | |
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+ | | <u>'''''A história do Fordinho 29'''''</u><br> <br> <br>O Ford [http://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Model_A_(1928) "''Modelo A''"], assim chamado por [http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford Henry Ford], foi construído no período de outubro de 1927 até abril de 1932. Em cima da mesma plataforma foram desenvolvidas cerca de 25 variações do modelo. Conversíveis, cupês, sedãs e até caminhões eram fabricados sobre o mesmo chassi.<br> <br>O carro foi lançado no mercado em dezembro de 1927, após um suspense mundial de seis meses. Todos aguardavam, ansiosos, pelo substituto do [http://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Modelo_T Modelo T]. A expectativa criada em torno do veículo era tão grande que, no natal de 1927, formaram-se enormes filas diante das revendas, para vê-lo. Muitas vitrinas foram quebradas pela multidão. Somente em Nova York, um milhão de pessoas desfilaram pelos salões onde se expunha o carro. O sucesso de vendas também foi espantoso. Em poucas semanas, havia mais de 800 mil encomendas.<br> <br>No Brasil, os Fordinhos vinham em sistema de CKD e eram montados na moderníssima fábrica da rua Solon, no Ipiranga. Com motor de 4 cilindros, 40 cv de potência a 2 300 kgfm, câmbio de três marchas, embreagem monodisco a seco, partida elétrica, freios nas quatro rodas e refrigeração a água com bomba, o carrinho foi pioneiro no pais. De pneus magrinhos e batida compassada dos pistões, tornou-se ferramenta de desbravamento, transformando picadas em trilhas e estradas.<br> <br>Alguns entraram para a história, como os utilizados pelo Marechal Cândido Rondon, na conquista do sertão e outro pertencente à Prefeitura de São Paulo, até os dias de hoje, que serviu ao presidente Whashignton Luís e carregou armas na revolução de 1932.<br> <br>Por ''Alexandre de Freitas'' | ||
+ | | [[Image:1930 Ford Model A 55B Tudor Sedan jjo593.jpg|frame| Ford 1930 Modelo "A" 55B Tudor Sedan]] | ||
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Edição atual tal como às 17h50min de 24 de maio de 2011
Apaixonados pelo FordinhoCom trinta anos de existência, o Clube do Fordinho mostra vitalidade e muita paixão pelo modelo fabricado por Henry Ford. |
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A história do Fordinho 29 O Ford "Modelo A", assim chamado por Henry Ford, foi construído no período de outubro de 1927 até abril de 1932. Em cima da mesma plataforma foram desenvolvidas cerca de 25 variações do modelo. Conversíveis, cupês, sedãs e até caminhões eram fabricados sobre o mesmo chassi. O carro foi lançado no mercado em dezembro de 1927, após um suspense mundial de seis meses. Todos aguardavam, ansiosos, pelo substituto do Modelo T. A expectativa criada em torno do veículo era tão grande que, no natal de 1927, formaram-se enormes filas diante das revendas, para vê-lo. Muitas vitrinas foram quebradas pela multidão. Somente em Nova York, um milhão de pessoas desfilaram pelos salões onde se expunha o carro. O sucesso de vendas também foi espantoso. Em poucas semanas, havia mais de 800 mil encomendas. No Brasil, os Fordinhos vinham em sistema de CKD e eram montados na moderníssima fábrica da rua Solon, no Ipiranga. Com motor de 4 cilindros, 40 cv de potência a 2 300 kgfm, câmbio de três marchas, embreagem monodisco a seco, partida elétrica, freios nas quatro rodas e refrigeração a água com bomba, o carrinho foi pioneiro no pais. De pneus magrinhos e batida compassada dos pistões, tornou-se ferramenta de desbravamento, transformando picadas em trilhas e estradas. Alguns entraram para a história, como os utilizados pelo Marechal Cândido Rondon, na conquista do sertão e outro pertencente à Prefeitura de São Paulo, até os dias de hoje, que serviu ao presidente Whashignton Luís e carregou armas na revolução de 1932. Por Alexandre de Freitas |
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